domingo, 22 de junho de 2014

Ana, adorando em meio a dor – Uma história real


A escritora Cleuza Bueno, ao criar o seu livro, “Ana, adorando em meio à dor”, além de estar narrando uma história real, verdadeira, envolvendo sua própria sobrinha, enfatizou com muita propriedade três premissas valiosas na vida de qualquer ser humano: fé em Deus, vontade de viver e ter sonhos. Este é o seu primeiro livro, mas, sua arte de escrever já demonstra habilidade estética, conteúdo envolvente e autêntico. O que a torna, mais uma celebridade da nossa literatura.

Mostra nesta sua obra, utilizando-se de uma linguagem acessível e emocionante, a odisseia de uma paciente desenganada pela fatalidade do destino – ou seria da ciência?  o pesadelo vivido por uma pessoa portadora de um câncer maligno. Independente da identificação do culpado, a verdade é que se trata de uma realidade essencialmente familiar, mas que habita em muitos lares, tornando os dias nebulosos e dolorosos. A história de Ana Lídia prende a atenção do leitor do princípio ao fim.

No filme O Presente, de Michael O. Sajbel existe uma personagem chamada Emily. Uma garotinha emotiva e cativante de 8 anos, portadora de leucemia  morre em consequência da doença –, desejava para sua mãe ainda muito jovem, um relacionamento estável e feliz. Em uma de suas falas explicando o sentido da vida sob a ótica da inocência, ela diz: Sabia que Deus pinta todas as cores das borboletas com os dedos?  É verdade, Deus pinta as borboletas, o arco-íris, as flores, os pássaros, as estrelas, o sol, a lua, o universo e até a nós mesmos.  

Quem sabe Ele pintou a dor e a angústia de Ana Lídia depositando nela uma doença considerada até para os mais estudiosos cientistas e oncologistas como fatal. E, por meio de um simbolismo, ela pudesse dar o seu testemunho exaltando a importância da fé e da esperança, mesmo nas situações consideradas insolúveis?

“Ana, adorando em meio à dor”, conta a história de Ana Lídia uma linda jovem de 21 anos idade, diagnosticada ser portadora de um câncer raro. Tão raro que, existem apenas quarenta casos confirmados em todo o planeta. Por ser implacável e letal para aquele que tivera a infelicidade da sua contaminação, também é desalentador.

É tão nocivo e medonho, que é capaz de tornar pacientes e familiares, reféns da própria sorte. No caso de Ana Lídia, de acordo com a médica hematologista Fernanda Meireles que a atendia e a ajudava a continuar vivendo, não restou a princípio, outra alternativa, senão reunir a família e dizer o que todos não queriam ouvir: "Lamento informar, mas a esperança de vida de sua filha é de 6 a 9 meses".  Daí surge a pergunta: Meu Deus, por que eu? Por que logo comigo? O que foi que eu fiz para merecer isto? São indagações que vagam de forma sombria pela mente em busca de resposta.

A escritora Cleuza Bueno sintetizou a história dizendo que, trata-se de uma história real, onde uma moça linda, jovem, de apenas 21 anos, repentinamente, vê sua vida totalmente mudada por uma terrível doença: Linfoma de Grandes Células “B”, um tumor muito agressivo e raro, com poucos casos no mundo. Mas também, é uma história transformadora.

A coragem e a fé de Ana, “movem montanhas”, trazem renovo e esperança para aquelas pessoas que já não acreditam mais apenas na medicina dos homens, e que, estão perdendo inclusive, a fé. O que não acorreu com Ana Lídia, resoluta e corajosa decidiu confiar e crer.

Sua história é a prova indelével de que o nosso Deus não mudou, continua sendo o mesmo Deus de nossos antepassados. O Deus que cuida de nós! O Deus dos milagres! O Deus do impossível! Basta você acreditar...

Bússola Literária procurou a escritora Cleuza Bueno para uma entrevista e saber o que a levou a escrever o livro que tem emocionado o leitor pela sua narrativa fascinante, rica em nuances de fervor à fé em Deus. E o resultado dessa certeza de que Deus está presente na vida de cada um, demonstrando o seu carinho de Pai mesmo na dor, como fez com o seu Filho amado e nosso salvador Jesus Cristo.


A entrevista


 BL – Escritora Cleuza o que a motivou escrever o livro Ana, mesmo em meio à dor?

Cleuza Bueno – Quando começou a história da minha sobrinha Ana Lídia, eu fiquei muito comovida com a atenção da população de São Luís de Montes Belos, da igreja, clamando por um milagre para combater um câncer terrível, de que passou a ser portadora. Na época a médica que prestava todo os procedimentos que requer a doença, disse que havia quatro casos iguais no mundo. Após verificações mais apuradas, constatou-se a existência de quarenta casos. E o que é pior, sem resultado positivo de cura, os pacientes vindo a falecer. A partir do momento em que tomamos conhecimento dos apelos vindos de diversas pessoas, nos ligando pra dizer que estavam rogando orações e oferecendo ajuda, senti que era este o livro que Deus há algum tempo havia me chamado para escrever.

A doença da Ana Lídia foi diagnosticada em fevereiro de 2013 e, o transplante ocorreu no final de outubro do mesmo ano. Comecei a escrever a história com a doença, registrando os fatos dia a dia, como se fosse um diário. Foi concluído exatamente, assim que ela chegou a nossa cidade, 20 dias após submeter-se ao transplante de medula no hospital da cidade de Jaú-SP, em outubro de 2013.

BL – Como é que está sendo a recuperação de Ana Lídia?

Cleuza Bueno – A Ana Lídia se encontra muito bem, lendo o livro o leitor ficará sabendo de mais detalhes (estabeleceu-se o suspense). É uma história linda, realmente de milagre. Logo depois do transplante, Ana Lídia ficou um ano sem conviver com ninguém, em total isolamento, vivendo sua própria solidão. Hoje está curada, mas continua fazendo acompanhamento médico por meio de exames, realizados de três em três meses, durante cinco anos.

Mas, o momento tão aguardado chegou ao fim. Há um mês ela passou a ter o convívio com as pessoas, obedecendo algumas limitações, é claro. Em agosto será liberada para retornar à faculdade de arquitetura que estuda na PUC-GO. Mais uma vitória que tornou sua vida momentos de felicidade e sonhos que estiveram bloqueados, agora é só comemoração. Voltou a ser uma moça linda, jovem e feliz.

BL – Como era a Ana Lídia antes da confirmação da doença?

Cleuza Bueno – A Ana Lídia é uma jovem linda e alegre. Tanto é que no começo do livro, quando foi diagnosticada a doença, uma das primeiras coisas que rogamos a Deus, é que não tirasse o sorriso do seu rosto. O seu sorriso faz parte da sua personalidade. É uma menina alegre, feliz.


Sonhava cursar arquitetura, os pais não tinham a mínima condição de manter este tipo de curso. Através da nota do ENEM, ela foi contemplada com a bolsa de estudo integral. Ela vivia a realização de grandes sonhos: terminar a faculdade, casamento e, em ser feliz.

BL – Qual foi o momento em que a família sentiu-se mais desanimada com os resultados do tratamento?

Cleuza Bueno – Assim que a médica Drª. Fernanda teve a oportunidade de conversar com a família, sem a presença da Ana Lídia, informou dizendo que, quem tem essa doença o tempo de vida é de 6 a 9 meses. Mas vamos tentar tudo que estiver ao nosso alcance. A partir de então Ana Lídia passou por três exames quimioterápicos. Na terceira aplicação, e ter repetido todos os exames, a médica informou que os linfomas haviam diminuído cerca de 50 por cento. Na verdade havia diminuído 46 por cento. Os pais foram chamados e informados da real situação, que o tempo de vida da Ana Lídia seria de no máximo 9 meses. Nesse momento nós achamos que tínhamos que tomar outras providências. Fomos atrás da equipe médica que havia tratado o ator Reynaldo Gianecchini no Hospital Sírio Libanês em São Paulo. Os profissionais médicos do hospital em contato com a médica Drª Fernanda, hematologista que a atendia, chegaram ao consenso de iniciar um novo tipo de tratamento, que consistiu na aplicação de uma quimioterapia ainda mais forte.

BL – O tratamento foi todo realizado em Goiânia?

Cleuza Bueno – O tratamento da Ana Lídia até o transplante foi todo realizado em Goiânia. Assim que ficou constatado que não havia mais a presença do câncer, depois de ter passado por 8 quimioterapias, foi encaminhada para Jaú-SP, onde submeteu-se ao transplante de medula óssea autólogo, que consiste em transplantar as próprias células.

BL – No livro você atribui muito à fé, como forte meio de recuperação de Ana Lídia, inclusive cita Max Lucado, é esta a sua opinião?

Cleuza Bueno – Na verdade quem cita Lucado é a Celene Pereira, responsável pela correção do livro e que também faz parte da família. É formada em letras e tem no seu histórico literário, algumas publicações. Portanto, quem fala em Max Lucado é a Celene no prefácio do livro. Não é só a Bíblia que fala sobre fé de uma maneira tão perfeita, nós temos escritores maravilhosos que falam sobre fé, e Lucado é um deles.


BL – Como foi o lançamento do seu livro?

Cleuza Bueno – Como é o meu primeiro trabalho como escritora, fui envolvida de muita expectativa em relação ao comportamento das pessoas, se o livro seria bem aceito ou não. Mas, foi emocionante. Aconteceu numa segunda-feira, dia 16 de junho às 19:30h, véspera de jogo da Copa do Mundo, onde as pessoas cansadas após o trabalho e envolvidas com o evento que tem parado o Brasil em torno das competições, nós recebemos mais de 300 pessoas e a aceitação foi surpreendente. Houve pessoas que adquiriram 10 exemplares cada uma. Foram momentos emocionantes. Pessoas pedindo-me para fazer a dedicatória dirigida ao esposo; outras diziam que são livros que estariam levando para presentear os seus amigos ou emprestá-los.

Não estou preocupada com renda financeira pessoal, mesmo porque todo o dinheiro procedente do livro será doado ao Hospital Araújo Jorge de Goiânia. Mas preocupada sim, principalmente, em motivar as pessoas a lerem. Transformar as pessoas através da leitura, com histórias interessantes, que dizem sobre fé e esperança. E a história de Ana Lídia, é um bom exemplo da presença de Deus em nossas vidas.

BL – Cleuza, você como escritora, neste momento, que mensagem gostaria de transmitir para outras pessoas que estão convivendo com este problema enfrentado por você e toda família de Ana Lídia?

Cleuza Bueno – O que eu digo para as pessoas é que existe um Deus que não mudou. É o Deus do impossível. Um Deus que luta nossas lutas por nós. Que apesar da tempestade, Ele fala pra você: “Desça do barco e vem...” Então a fé é o que temos de mais importante, a fé é nosso bem precioso. Não interessa o diagnóstico. Interessa que nós temos um Deus que cura até o câncer, isto que é importante.


Nota: Para contato e adquirir o seu livro. Você deve procurar através do telefone fixo: 643671-2586, celular: 648117-1968, por email: cbueno05@hotmail.com ou cluzabueno05@gmail.com. Também pode ser pelos números do celular de Lariele Bueno: 648146-5707 e 648114-4333. O valor é R$ 15,00 fora a postagem, no caso de pessoas que residem fora de São Luís de Montes Belos-GO.


A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.

E o site da Juju Descobrindo Outro Mundo, já o acessou? Se eu fosse você iria conferir imediatamente. Acesse: www.admiraveljuju.com.br 



Imagens: da própria autora, Cleuza Bueno

sábado, 14 de junho de 2014

Os 30 melhores livros infantis de 2014 – Comentados


O Bússola Literária tem a grata satisfação de estar publicando os 30 livros infantis considerados pela revista Crescer, como sendo os melhores de 2014. São dicas dirigidas principalmente para os pais e educadores. Também são recomendas para os leitores que preferem uma linguagem menos densa, muito utilizada nos romances e nas edições policiais. Optando assim, pela acessibilidade à linguagem própria das crianças, rica em conteúdo e fantasia.

A expressão popular “bater na mesma tecla”, bem conhecida de todos. Remete a um paradigma imutável e verdadeiro quanto à sua essência. A criança é o elo que une a inocência à vontade de ser um dia um "ser humano" consciente e responsável. Essa “tecla” já está até descorada de tanto ser utilizada, porém, poucos conseguem enxergar sua utilidade como instrumento necessário à construção da boa conduta e sabedoria vocacional.

Principalmente em tratando de que é preparando bem as nossas crianças, que o jardim do futuro dará flores e frutos saudáveis. É perceptível e inalienável, que a boa formação educacional de uma criança começa na leitura, no aproveitamento do seu talento de criar fantasias, sonhar ser um dia herói, um personagem de destaque entre os próprios colegas, seja na escola ou no convívio doméstico.

Então o melhor investimento que se deve prestar às crianças é a motivação para a leitura. Assim, ela aprende a raciocinar com clareza e a estimular sua criatividade. Desenvolver com brilhantismo sua habilidade de articular com segurança as palavras e, a entender o sentido ortográfico e léxico de cada palavra.

Outro detalhe muito curioso na literatura infantil é a importância da ilustração como elemento indispensável de propiciar com o seu traço mágico, interatividade para o texto. Além do fator empatia que causa na criança, por ser uma referência que melhor se identifica com sua própria capacidade cognitiva.

Só de lembrar que toda a saga da literatura infantil, começou no século V a.C., com o grego Esopo e suas historinhas fabulosas é simplesmente extraordinário. Depois La Fontaine, Charles Perrault, Irmãos Grimm e Hans Christian Andersen, pegaram o mesmo barco que Esopo deixou ancorado nas praias europeias e remaram com muita propriedade, criando outras histórias super criativas, que até hoje são contadas de gerações em gerações, sem perder o brilho e ensinando os mais velhos a meditar sua infância. Lembrando-as com vitalidade, alimentadas pelo sonho de continuarem sendo criança, pelo menos para os seus netos. Reproduzindo em si mesmo, o verdadeiro significado infantil da consciência reprodutora de bons exemplos.

Quem não se lembra de A Cigarra e a Formiga, O Cão e o Lobo, O Leão e o Rato, A Raposa e as Uvas, A Lebre e a Tartaruga – Algumas obras de Esopo; A Águia e o Escaravelho, A Assembleia dos Ratos, A Galinha dos Ovos de Ouro, A Caranguejeira e a Filha, A Mosca e a Formiga, A Raposa e a Cegonha, O Corvo e a Raposa – Algumas obras de La Fontaine; Chapeuzinho Vermelho, Cinderela, A Bela Adormecida, A Gata Borralheira, As Botas de Sete Léguas, O Pequeno Polegar – Algumas obras de Charles Perrault; Branca de Neve, Rapunzel, João e Maria – Algumas obras dos Irmãos Grimm; O Patinho Feio, O Rouxinol do Imperador, A Princesa e o Grão de Ervilha, A Pequena Sereia, O Soldadinho de Chumbo, O Boneco de Neve, Histórias que o Vento Contou – Algumas obras de Hans Andersen?

Os escritores e escritoras brasileiros de histórias infantis e infantojuvenil, que mais se destacaram e merecem todo nosso aplauso e reconhecimento, foram: Monteiro Lobato, Tatiana Belink, Cecília Meireles, Eva Furnari, Ana Maria Machado, Vinícius de Moraes, Ruth Rocha, Maurício de Sousa, Pedro Bandeira, Elias José, Mary França, Jorge Amado, Ziraldo, Maria Clara Machado entre outros.


Bússola Literária teve a preocupação, mesmo baseando-se no levantamento feito pela revista Crescer, acrescentar informações consideradas úteis. Por meio de citações autorais nos comentários de cada livro, para sua melhor identificação com a temática escolhida por cada autor, sem distanciar do propósito principal, que é o de promover o desenvolvimento intelectual da sua criança, do seu pequeno leitor. Boa escolha e boa leitura.



Os 30 melhores livros infantis de 2014 
    

1 – A bicicleta epiléptica – Edward Gorey – O americano Edward Gorey (1925 – 2000) foi um homem muito diferente da média das pessoas. Em primeiro lugar, era um ilustrador genial. Além disso, tinha um estilo surrealista e nonsense que deixava desconcertados os leitores, embora eles se encantassem com seus paradoxos. E tem mais: autor de mais de 100 livros, parecia um criador de histórias infantis, mas suas narrativas, em palavras e imagens, eram de meter medo. Um medo metafísico, feito mais de angústia que de sustos. Para completar, foi um homem que viveu sozinho com seus bichos, não se casou nem teve filhos, usava anéis vistosos, casacos de pele e tênis de cano alto.

Só agora, 13 anos depois da morte de Gorey chega ao Brasil um livro do escritor que encantou de Hermann Hesse a Samuel Beckett (de quem ilustrou livros e com quem tem muitas afinidades). O pequeno volume lançado pela Cosac Naify é “A bicicleta epiléptica”, traduzido por Alexandre Barbosa de Souza e Eduardo Verderame.   Por João Paulo – A Cultura


2 – A caraminhola da minhoca – Blandina Franco e José Carlos Lollo – Não enxergar o próprio rabo pode trazer muitos problemas – principalmente quando isso acontece com uma minhoca! E foi exatamente o que se passou com a personagem deste livro, que tentava a qualquer custo puxar assunto com a sua outra ponta. Irritada com essa postura blasé da “parceira de espécie”, a minhoca começou a armar o maior “auê” e, apesar das broncas da joaninha, acabou se dando mal pra chuchu... 

Blandina Franco e José Carlos Lollo, desde 2009 criam livros infantis em parceria. Já são quase 30 títulos publicados e, a parceria bem-sucedida rendeu-lhes duas indicações para o prêmio Jabuti e uma Menção Honrosa do prêmio Bologna Ragazzi Digital Award, na Feira de Bolonha, Itália.     Por Companhia das Letras e revista Crescer.  






3 – A lição das árvores – Roberto Parmeggiani e Attilio Palumbo – Se a gente pode “gostar de um livro pela capa”, é o caso deste que tenho em mãos agora. O quê? Ah, não é exatamente este o ditado? Mas vale a brincadeira com ele. A lição das Árvores, escrito pelo italiano Roberto Parmeggiani e ilustrado por seu conterrâneo Attílio Palumbo, conquista na capa, que tem uma moldura com os nomes dos autores e, no meio, o título e uma ilustração, uma belíssima mostra dos desenhos que compõem a história.

Desde a primeira página, o que se vê é um desfile de delicadezas. Os italianos nos contam a história de Enrico e Paola, dois amigos de escola que têm gostos e hábitos bem diferentes. Mas não é isso que chama a atenção no menino. Enquanto Enrico é um perguntador sem freio, Paola não pergunta nada. Paola não fala. O menino desenha borboletas para a menina e ela retribui com sorrisos. Eles constroem uma linda relação no silêncio e, claro, nasce no menino um senso de proteção. Os outros colegas não lidam bem com o jeito dela e é aí que Enrico pede ajuda de um professor bastante especial.    Por Attílio Palumbo.


4 – A noite dos bichos – um livro que amanhece – Julia Wauters – É difícil olhar para “A noite dos Bichos” – Um Livro que Amanhece e não se encantar com a capa. Com ilustrações de bicho em vermelho, rosa e verde e fundo preto, tão lindamente contrastadas e equilibradas, ele promete. No mínimo, mostra que a autora Julia Wauters tem talento para a ilustração. Seu site não mente, seu desenho tem força, expressão (ele está escrito em francês, mas as ilustrações dispensam idioma, não é?). Virei empolgada a capa e cheguei a uma conclusão rapidamente: o livro é realmente bem produzido. A editora Ática acertou ao trazer essa obra francesa para o Brasil. É um belo trabalho, com ilustrações feitas em transparência que se sobrepõem, ora revelando detalhes das imagens, ora escondendo. Design, projeto gráfico e impressão caprichados. E as ilustrações, claro, continuam lindas.

Mas a história que aqui se conta não é necessariamente uma narrativa com começo, meio e fim. Há um começo igual: de noite em algum lugar. E um prosseguimento parecido: amanhece e outros personagens aparecem. E o grande propósito é mostrar como é a fauna de diferentes ecossistemas e regiões do planeta: na savana africana, na taiga russa, na selva amazônica, nas profundezas do oceano e na floresta europeia. É curioso. Você sabe, por exemplo, como é um guará ou um sabiá-de-cara-pelada? São dois bichos que estão na nossa fauna e foram retratados no livro. No fim, os animais que estão espalhados pela floresta são separados e mostrados separadamente, para que a gente conheça cada um. E, no fundo, acho que essa é a maior proposta do livro, depois, claro, de mostrar que tudo acontece ao mesmo tempo, parecido, mas diferente, em toda parte do mundo. Não é um livro para se empolgar com a leitura. Porém, é curioso e lindo de fazer os olhos sorrirem.   Por Aryane Cararo – Estadão/Estadinho.


5 – A parte que falta – Shel Silverstein – A Parte que Falta, publicado recentemente pela Cosac Naify e sexto livro de Shel Silverstein (1930 – 1999), lançado no Brasil, narra a história de um ser circular em busca da completude. Quando o personagem acha a parte que lhe falta, percebe que a felicidade está além desse encontro. “Esse é um dos livros mais negligenciados de Silverstein”, afirma Rogak, autora de “A boy Named Shel”.

“Eu poderia ter finalizado a obra naquele ponto”, disse Silverstein à biógrafa para explicar a passagem em que o ser com formato de pizza conhece a sua companheira. “Mas a procura continua e essa é a loucura do livro.”      Por Francisco Quinteiro Pires – Folha de São Paulo.


6 – Abra este pequeno livro – Jesse Klausmeier e Suzy Lee – Abra este pequeno livro e leia sobre... a grande aventura que é a leitura. O convite é da jovem e estreante autora Jesse Klausmeier, que, junto da celebrada ilustradora Suzy Lee, criou uma história que celebra o prazer da leitura e da amizade. Mas não se trata de qualquer livro. Aliás, vários livros. Pois, uma vez que o abrimos, o que encontramos é... outro livro! O leitor vai acompanhar a história da joaninha, que abre um pequeno livro verde para ler a história do sapo, que por sua vez abre um pequeno livro laranja para ler sobre a coelha, e por aí vai. Cada vez que um personagem abre um novo livro, o leitor, literalmente, abre junto com ele. Como não podia deixar de ser, em se tratando de uma obra de Suzy Lee, Abra este pequeno livro traz um formato inovador, proporcionando uma experiência interativa e divertida. Dentro de cada pequeno livro se esconde um livro ainda menor, sempre com uma capa colorida e minuciosamente ilustrada. Cada livro novo é introduzido por uma cor diferente. Quando todos estiverem abertos, o leitor terá uma surpresa. Para todos aqueles que apreciam uma boa leitura e, principalmente, um bom livro. Ou melhor, vários bons livros.    Por Livraria da Folha.


7 – Amarilis – Eva Furnari e Cácamo – Eva Furnari é uma das mais importantes autoras da literatura infantil do Brasil e uma das minha preferidas. E isso, claro, não é novidade para ninguém. A notícia aqui é que, com mais de 30 anos de carreira, Eva não se importa em inovar e vive agora uma experiência bem diferente para ela: o primeiro livro ilustrado por outro artista. Falo de Amarilis, lançado pela Editora Moderna (com a qual Eva tem um contrato de exclusividade) e ilustrado por Cárcamo. Isso já dá aquela vontade doida de abrir o livro, mas prepare-se para um belíssimo e delicado conteúdo. Eva narra uma tarde (pelo menos me pareceu esse o tempo da história, quem sabe?) de leitura compartilhada entre dois irmãos. A brincadeira de sempre era ele escolher um livro qualquer da estante de casa, ela escolher uma página e contar ao irmão o que havia lá, se tivesse palavras, lia, se fosse imagem, ela teria que explicá-la e, se o assunto apresentasse algum desafio a mais, ela criava histórias para tornar tudo mais interessante. E é assim que, a partir de uma fotografia a menina narra uma criativa trama e deixa o irmão pedindo mais. No final, uma surpresa para o leitor que torna tudo ainda mais terno. As ilustrações de Cárcamo, todas neste tom avermelhado, nos surpreendem para o sonho, ao mesmo tempo em que são fáceis e desafiantes e, algumas vezes, têm uma boa dose de bom humor. Uma parceria para compartilhar e ser lida em voz alta.        Por Cristiane Rogério.


8 – Antologia ilustrada da poesia brasileira para crianças de qualquer idade – Adriana Calcanhotto – “A ideia é bem simples: abrir janelas para os poetas de diferentes tempos, estilos e vozes no Brasil, preenchendo assim a possível ausência de uma compilação dedicada aos leitores de poesia, menores ou iniciantes, ilustradas pela própria organizadora.” – Adriana Calcanhotto.

Foi a partir dessa “ideia simples” que Adriana Calcanhotto se debruçou por mais de um ano na organização desta antologia. Nela, conseguiu reunir poetas do século XIX ao XXI, canônicos e nem tão conhecidos. De Gonçalves Dias a Gregório Duvivier, passando por Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Moraes, Adélia Prado e Paulo Leminski. Todos aqui reunidos. Nessa convivência, vê-se formar com sutileza, em uma sucessão de ecos e influências, a poesia tão brasileira, tão nossa. Uma poesia que convida todos os leitores. Ou aspirantes a leitores.    Comentário da própria Editora Saraiva.


9 – Aventura animal – Fernando Vilela – Tudo bem naquela cidade, até surgir um hipopótamo atrás de um carro. Ao virar a página, ao lado de uma fonte, surge um rinoceronte... A cada virada de página, mais bicho entra em cena, vai se acumulando por ali e arma mais confusão. A obra, uma divertida maneira de apresentar os animais, é do artista plástico e educador Fernando Vilela, que já ilustrou cerca de 70 títulos, sendo 15 autorias. Ganhou dois Prêmios Jabuti e vários da FNLIJ, além de receber o Troféu Monteiro Lobato de Literatura em 2012.    Por blog da Editora DCL.


10 – Bárbaro – Renato Moriconi – O bravo cavaleiro cavalga sem medo, cavalga sem parar. De espada em punho e escudo na outra mão, ele enfrenta todos os perigos sem se preocupar. Não abre sequer os olhos. Pula por cima de cobras venenosas, encara as flechas inimigas, salta por cima dos gigantes de um olho só, não teme nem um pouquinho as plantas carnívoras; dragões, trovões, monstros marinhos não são páreos para sua bravura. Mas, então, mãos humanas enormes se lançam em sua direção. E o cavaleiro chora, abre o bocão. O que será que fez tão bravo guerreiro se esgoelar?

Neste livro de ilustrações incríveis de Renato Mariconi, chamado Bárbaro, uma história toda é contada sem nenhuma palavra. Uma história de bravura, de aventuras, de muita imaginação. E com um final surpreendente e divertido. Renato acertou mais uma vez!      Por Aryane Cararo – Estadão/Estadinho.


11 – Bichos no lixo – Ferreira Gullar – Escrito e ilustrado pelo poeta, crítico de arte, tradutor e ensaísta maranhense Ferreira Gullar, Bicho do Lixo é um livro singular. Isso porque nasceu de seu amor não só pelas palavras, mas pelas imagens. O processo de confecção já dá pistas da obra: com restos de envelopes, convites, revistas, catálogos e outros impressos, o poeta fez recortes e colagens. Da mistura de cores e formas, nasceram as imagens desse curioso e inteligente livro. A intenção do autor é retratar um determinado animal, real ou não, através da sua arte. E, para cada um, o autor criou um ou mais versos. É um convite e tanto para a criatividade. Considerado um dos nomes mais importantes da poesia brasileira, Gullar já ganhou álbuns prêmios Jabuti e, em 2010, recebeu o Prêmio Camões pelo seu trabalho criativo.       Por revista Crescer.   



12 – Cantiga – Blexbolex – Cantiga é uma narrativa experimental formada por sete histórias. A primeira mostra uma criança voltando da escola. Em cada página, um desenho feito com cores fluorescentes e apenas uma palavra. Nas outras histórias, o menino repete o trajeto, mas novos elementos vão sendo acrescentados. Um desconhecido, uma bruxa, um grupo de ladrões e outros personagens transformam o caminho aparentemente rotineiro em uma aventura.

Blexbolex é o pseudônimo de Bernard Grander, que começou a carreira como tipógrafo, depois de se especializar em serigrafia. Seu traço, inspirado pelo estilo conhecido como “linha clara”, popularizado por Hergé, já chamou a atenção de críticos internacionais. Em 2008, ganhou o prêmio de Livro Mais Bonito do Mundo, na feira de Leipzig, na Alemanha. A versão americana de Cantiga foi incluída na lista de 10 livros infanto-juvenis mais bonitos de 2013 do The New York Times Book Review.      Por André Sollitto – UOL, site Omelete.


13 – Caras animalescas – Ilan Brenman e Renato Moriconi – Nas fábulas e histórias infantis, os bichos muitas vezes se comportam como humanos. Eles andam, falam e se vestem como nós. Com os personagens deste livro acontece exatamente o contrário. O Abelardo se acha a estrela da pista e é cheio de sardas; parece mais um leopardo. E a dona Ninoca, sempre de bom humor, adora uma brincadeira e não sai da água. Para completar, tem a maior cara de... Quem adivinha?! Este é o terceiro livro da Trilogia do Retrato (o primeiro foi Telefone sem fio e o segundo, Bocejo), um projeto feito a quatro mãos pelo Ilan Brenman e o Renato Moriconi.   Por Ilan Brenman.


14 – Da guerra dos mares e das areias – Pedro Veludo e Murilo Silva – Em “Da Guerra dos Mares e das Areias”, Pedro Veludo conta uma fábula encantadora sobre o mecanismo das marés nos primórdios da Terra. O eterno ir e vir das ondas sobre as areias aparece como um conflito, uma batalha entre os personagens. Mas o búzio rosado propõe uma conciliação entre os barulhentos mares e as silenciosas areias. A pequena concha também sugere a Lua como mediadora do acordo de paz, ficando responsável pela regulação das marés. Murilo Silva, para ilustrar o poético texto de Veludo, embarcou nos movimentos espirais dos búzios e criou “patterns” para os personagens. As linhas cores da natureza, expressas nestas espirais que se multiplicam, criam uma deliciosa sensação de movimento e tridimensionalidade. Da Guerra dos Mares e das Areias foi especialmente criado para encantar os pequenos, mas os adultos sairão igualmente maravilhados pela obra depois de leitura compartilhada.    Por Editora Quatro Cantos.


15 – Eloísa e os bichos – Jairo Buitrago e Rafael Yockteng – “Eu não sou daqui. Chegamos numa tarde quando eu era bem pequena. Enquanto papai procurava trabalho, eu ia para a escola e me sentia um bicho estranho (...)” Assim começa a incrível Eloísa e os Bichos, textos do colombiano Jairo Buitrago e ilustrações de Rafael Yockteng, peruano, mas que também mora na Colômbia, celeiro de grandes artistas na literatura infantil. Por este trecho já dá para notar que se trata de uma história dos desafios de estar em um novo lugar. Eloísa é a protagonista e o que vemos desde a capa é ela e o pai na companhia de insetos. Dezenas deles. Dos mais feiões mesmo. Eu, como tenho uma certa fobia, fui tomada de cara pelo livro. E ela conta como se sente na nova vida diante destes companheiros, o que faz do livro um exemplo definitivo do bom casamento entre texto e imagem. Não há quem não tenha se sentido como Eloísa alguma vez na vida e, sabemos, as crianças podem sentir-se assim todos os dias. Afinal, quem está imune a novidades? E quem não quer ajuda para superá-las?    Fan Page Esconderijos do Tempo.


16 – Em cima daquela serra – Eucanaã Ferraz e Yara Kono – “Por detrás daquele morro,/passa boi, passa boiada/ também passa moreninha/ de cabelo cacheado”, diz a parlenda tão conhecida pelas crianças, que lembra bastante a história deste livro. Mas no morro criado por Eucanaã Ferraz e ilustrado por Yara Kono, além de passar boi e passar boiada, muitos outros bichos e outras coisas andam ali por cima: uma égua pintada, goiaba e goiabada, carro e caminhão, balão colorido e avião... E às vezes até não passa nada!       Por Companhia das Letras.










17 – Jerônimo Totes e suas estranhas mascotes – MP Robertson – Jerônimo Totes e suas estranhas mascotes, livro de M. P. Robertson, o mais novo lançamento da Editora Biruta. Conhecemos Jerônimo, um menino comum. A não ser, é claro, pelas estranhíssimas mascotes que ele tem em seu jardim. Alguém já ouviu falar de Glube, o Babopótamo, uma lesma enorme que baba sem parar? De Chiante, o pássaro gigante que é o bicho mais barulhento que já viu? E de Dragonento, o rinocerossapo com dentes de sabre, que é muito, muito guloso?

Com certeza não. Mas Jerônimo não só os conhece e cuida muito bem de todos, como ainda diz conhecer alguém que baba mais que Glube, é mais barulhento que Chiante e mais guloso que Dragonento.

Essa história que traz misturas bem estranhas de animais, despertando a imaginação dos pequenos leitores. De maneira bem-humorada e com ilustrações coloridas e inventivas, o livro convida as crianças a criarem suas próprias mascotes.    Por Alice Aguiar, site Seguindo o Coelho Branco.


18 – Listas fabulosas – Eva Furnari – Vivo agora, um momento histórico da minha própria vida. Acho que acabo de ler o Melhor Livro da Eva Furnari. Mas será que isso é possível? Falo de Listas Fabulosas, lançado pela Editora Moderna.

Primeiro eu ri, ri muito, gargalhei de tudo. Depois, me emocionei. Porque é tão maravilhoso o que ela consegue fazer, esta autora de mais de 30 anos de carreira, a criadora da Bruxinha e de tantos outros personagens que nos viram a vida. Neste, ela apresenta Grômio, um fanático por listas que funda o Clube das Listas. Ele coloca o anúncio em um jornal e, claro, encontra outros sócios, que vêm com suas listas mais do que incríveis. Exemplo: na lista de tarefinhas complicadas, tem que “ir ao cinema com elefante” ou “passar na Lua antes de ir para a escola”, na lista de nomes preferidos de duplas caipiras, tem “amulet e omelet” e “palito e piloto”. E por aí vai, com ilustrações cheias de deliciosos detalhes.

Só vendo para crer. E é tudo junto: nonsense e poesia, sentido e criatividade, liberdade e forma, conteúdo e maluquice. Melhor livro da Eva? Puxa, mas eu tenho uma lista deles. E assim é Eva. Sempre uma nova escritora e ilustradora. Quando você acha que já viu tudo dela, ela te manda uma “Listas Fabulosas...”         Por Cristiane Rogerio, site Esconderijos do Tempo.


19 – Menina amarrotada – Aline Abreu – A Menina Amarrotada nasceu num dia cinza. Dos sentimentos brotaram as imagens e as palavras. Quem conta é a escritora e ilustradora Aline Abreu, que deu vida à garota usando papéis amassados, carvão e muita criatividade. É um livro delicado sobre afetos e desafetos, encontros e desencontros.

Aline conta a história de uma menina que morava do lado de lá, num lugar com atmosfera cinzenta, mas alegre. Tinha coisas comuns, como chuva, sol e folhas que caem com o vento e outras mais raras, como balanço pendurado na árvore. Um dia, o pai da menina, tão acostumado a viajar, se vai. E se ele nunca mais voltar? Pergunta a garota. Como resposta, ela ouve o vento sibilar: nunca, nunca... Então, a menina amarrotada pela primeira vez tem de decifrar seus sentimentos. O que é isso que ela sente? Tristeza, braveza, raiva? Cada vez que o vento surge, ela amarrota um pouco mais. Até que tem uma ideia: engolir o vento antes de ele virar pensamento.

No início, Aline brinca com ilustrações em preto e branco e as nuances do cinza. Depois, quando a menina amarrota, vem o marrom da folha de papel. Ao fim, extrai um amarelo para aquecer o corpo e alma. “Para Menina Amarrotada, queria imagens bem táteis. O papel amassado nasceu com essa personagem, e logo pensei também no carvão, porque queria algum material que sujasse e desse a impressão de que o desenho poderia até sair voando se batesse uma ventania muito forte”, diz Aline.   Por Bia Reis – Estadão.


20 – Minhocas comem amendoins – Élisa Géhin – Tradução de André Telles. Parece brincadeira, mas no livro Minhocas Comem Amendoins a ilustradora francesa Élisa Géhin introduz os leitores iniciantes em um assunto para lá de complexo: a cadeia alimentar. Os textos são bem curtos e atrativos e o foco, para o pequeno leitor, recai mesmo nos desenhos que contam a história de uma minhoca responsável por atrapalhar o ritmo da natureza. Muito brava, ela resolve comer um gato em vez de amendoim. É aí que tem início a confusão.      Por Veja.







21 – O incrível menino devorador de livros – Oliver Jeffers – Henrique é nosso querido devorador-degustador-comedor de livros. Começou sem querer, mas o sabor era tão bom, que o que iniciou com uma simples página, em pouco tempo eram livros e livros em seu estômago todos os dias. O engraçado da história é que o ato de comer faz Henrique adquirir conhecimento e ele ganha gosto por isso.

Comer é muito bom e traz prazer, e para ele comer conhecimento também. A relação do paladar com o prazer é o ponto de partida para fazer do pequeno menino um apaixonado pelos livros. Mas bem sabemos que esta relação não é a mais saudável, nem celulose nem excesso são palavras boas para o estômago. E Henrique aprende isso na prática. Neste processo aprende que a relação dele com os livros pode ser diferente. Devorar livros com a boca pode ser bom, mas com os olhos é muito melhor (e não dá indigestão). O texto é divertido e trabalha com questões importantes como gosto pelo conhecimento e o tanto que isso pode ser viciante. Do mesmo modo que trabalha, como pano de fundo, com um problema bem atual: hábitos alimentares.

E a ilustração? Ah, a ilustração... Suspeita para dizer, adoro o trabalho de Oliver Jeffers. Ele cria personagens simples em formas, porém bem expressivos. Faz da página um território de exploração e descobertas para o leitor. São tantos pequenos detalhes, cores, formas e texturas que escondem pequenos detalhes a apreender do texto. A diagramação é sempre dinâmica e nunca previsível. O texto dança e passeia pelas páginas. Ora nos quatro cantos da folha respeitando uma área própria, ora interagindo e fazendo parte da ilustração. É preciso prestar atenção e ser curioso, procurar não só os sentidos como o próprio texto.       Por Blog o Espanador.


22 – O lenço – Patrícia Auerbach – O livro-imagem “O lenço” explora um tema muito presente no universo infantil: o “faz-de-conta” a partir de objetos. Para dar asas à imaginação das crianças, qualquer coisa serve. Nesse caso, um lenço retirado sorrateiramente de uma gaveta, transforma-se em tudo o que uma menina quer.

Inicialmente, as ilustrações retratam as sensações da criança em uma primeira aproximação ao lenço. Interessa-lhe tocá-lo, cheirá-lo, envolver-se nele. Em seguida, uma ideia – sugerida pela imagem da menina com o indicador levantado (como quem pede a palavra) – anuncia que aquele objeto pode ser mais do que algo que evoca sensações. A partir desse momento, o lenço torna-se também personagem/cenário para todas as experiências imaginadas pela menina, até que um simples detalhe no canto da página – um pé em movimento – evoca a presença de um terceiro personagem. Esse adulto, até então ausente do jogo, é convidado a colocar-se do outro lado do lenço/cortina e, assim como o leitor, passa a ser plateia nesse delicioso espetáculo de “faz-de-conta”.    Por Denise Guilherme – Leitura em Rede.


23 – Os invisíveis – Tino Freitas e Renato Moriconi – Com muita sensibilidade, Tino Freitas e Renato Moriconi, tratam sobre um tema bastante complexo na sociedade brasileira – a invisibilidade social. Contam a história de um menino que enxergava pessoas que seus familiares não viam. Até que o tempo passou.

Segundo Alexandra, em Os Invisíveis “Escritor e ilustrador alcançaram perfeita harmonia entre texto e imagem nesta história de um menino que tem o “super poder” de ver pessoas invisíveis aos seus parentes. As inabilidades sociais sugeridas pelas palavras e expressas nas ilustrações convidam o leitor a refletir sobre situações similares vivenciadas em grandes cidades. Preto, branco, cinza e, especialmente, laranja guiam nosso olhar atento enquanto acompanhamos o tempo, que faz com que o menino se esqueça de que um dia foi especial”.         Por Blog Literatino.


24 – Os pássaros – Germano Zullo e Albertine – “Os Pássaros” é, antes de qualquer coisa, uma sucessão de imagens lindas, carregadas de força poética e lirismo. Ainda que, juntos, não contassem à história que contam cada desenho de cada página já seria uma narrativa visual intensa, completa e hipnotizante. É difícil deixar de olhar o livro e igualmente difícil é resistir à tentação de arrancar suas páginas, enquadrá-las todas e colocá-las na parede.

Sou fascinada por imagens bonitas. E penso que, para um bebê ou uma criança que ainda não lê, a força artística de um livro é a ilustração, é nas ilustrações que eles travam o primeiro contato com a arte, tanto a literatura, a narrativa em si, quanto às artes visuais propriamente. A qualidade visual é, hoje, meu primeiro critério para escolher uma obra e oferecê-la ao meu filho. E Albertine, a artista plástica suíça que desenhou lindamente “Os Pássaros”, facilitou enormemente minha escolha.

Além disso, o escritor germano Zullo  - igualmente suíço -, que assina o poético texto da obra e que é responsável pela história que as imagens de Albertine contam, desenvolveu uma narrativa singela, simples, mas carregada de múltiplas nuances e diversos significados. É lírica, é forte, é profunda, mas, ao mesmo tempo, é simples e acessível às crianças de qualquer idade. Tenho a impressão de que “Os Pássaros”, por isso mesmo, é aquele tipo de livro que pode ser lido e relido muitas vezes ao longo da vida, pois vai amadurecendo junto com o leitor. A cada releitura, novas perspectivas e novos sentidos.        Por Blog Mãederna.


25 – Ralf & Demi: uma história de duas metades – Felipe Schuery e Clara Gavilan – Em Ralf & Demi: uma história de duas metades, Felipe Schuery constrói uma deliciosa interação entre o menino Ralf, que só é capaz de fazer metade das coisas, e Demi, uma garota que só consegue fazer a outra metade. O que pode acontecer se essas duas “caras-metades” encontrarem? Será que juntos poderiam ficar completos? Afinal, somos mesmo todos assim, ninguém é bom em tudo. E será que se fôssemos, a vida seria assim tão interessante?E isso que os pequenos leitores poderão descobrir nessa deliciosa e bem-humorada obra, delicadamente ilustrada com as lindas aquarelas de Clara Gavilan. Ótima leitura para crianças em início de alfabetização e pré-escolares, em leitura compartilhada com os adultos, que certamente também vão se identificar e se apaixonar por essa simpática duplinha de almas gêmeas.       Por Lilian Farias – Skoob.


26 – Se você quiser ver uma baleia – Julie Fogliano e Erin E. Stead – “Se você quiser ver uma baleia vai precisar manter os olhos no mar e esperar... esperar... esperar...” É isso que faz o garotinho retratado no livro da escritora norte-americana Julie Fogliano. Ele espera, pacientemente, a baleia chegar. Não há rosas, pelicanos ou piratas que tirem seus olhos da mira do horizonte.

As delicadas ilustrações de Erin E. Stead deixam a leitura ainda mais especial e apaixonante. A primeira obra de Julie Fogliano, And then it’s spring (Então, é primavera), tornou-se Best-seller pelo The New York Times e ganhou o prêmio Livro de Honra do Boston Globe-Horn Book.       Por Ne 10.Uol.



27 – Tem lugar para todos – Massimo Caccia – Moscas, abelhas, mariposas, sapos, todos enfileirados atrás de um tatu, de um coala, de um tucano... Todos em ordem, muito comportados, seguindo uns aos outros. Mas para onde vão? Uma das histórias mais famosas do mundo – a da Arca de Noé – agora recontada por meio de ilustrações modernas, que, com um traço simples e claro, criam uma narrativa capaz de despertar a curiosidade e a imaginação do leitor.          Por Livraria Cultura.  







28 – Ter um patinho é útil – Isol – Um menino encontra um patinho e o agarra. Balança-se nele, coloca-o no nariz, usa como chapéu, como apito, como cachimbo e até como cotonete para enxugar as orelhas depois do banho... Quando se pensa ter chegado ao final da leitura, ao virar a última página, vem a gostosa surpresa: um outro livro – ou o mesmo livro, sob outra perspectiva. Em Ter um menino é útil, Isol nos apresenta – literalmente – o outro lado da história. A partir de um jogo visual simples e muito divertido, a autora utiliza as mesmas ilustrações para mostrar que qualquer situação pode ter diferentes pontos de vista.

Tanto o texto quanto as imagens são da escritora e ilustradora argentina Marisol Misenta, que assina como Isol. Já são mais de dez títulos infanto-juvenis criados por ela. Em 2013, recebeu o prêmio sueco Astrid Lindgren pela qualidade do seu trabalho.    Por Livraria da Folha.


29 – Vagalumice – Laurent Cardon – Parte da coleção Que Bicho sou eu? Composta pelos livros Aranha por um fio e o Sapo a passo, Vagalumice é o mais recente livro do francês Laurent Cardon.

A obra conta a história de um filhote vaga-lume que vai pela primeira vez à escola. Lá ele terá que aprender a se comunicar corretamente com a sua espécie, por meio de sua luz pisca-pisca. No entanto, alguma coisa sai errada para o pequeno vaga-lume – sua luz brilha muito mais do que a dos seus companheiros de classe. Com a ajuda de sua amiga e do médico vaga-lume, ele soluciona o seu problema de maneira bem diferente.
Utilizando-se somente de imagens, Laurent permite ao leitor imaginar uma infinidade de possíveis histórias e diálogos para essa turma de vaga-lumes.

O livro – O sonho do vagaluminho era brilhar. Porém, primeiro ele precisava crescer para poder ter a sua própria luz. Quando finalmente chega o momento, algo explosivo acontece. Como será que o vaga-lume vai lidar com essa mudança? O terceiro livro da série “Que Bicho sou eu?” Apresenta as metamorfoses vividas por dois vaga-lumes: um que brilhava de menos e outro que brilhava de mais. Acompanhe essas transformações da vida dos animais de pertinho, nesse adorável livro-imagem de Laurent Cardon.    Por Laurent Cardon.


30 – Veludo – história de um ladrão – Silvana D’Angelo e Antonio Mariconi – Veludo é o seu nome, entre os ladrões, é bastante famoso. Ele invade as moradias com um toque suave, desliza como uma onda na areia, e as casas o recebem de maneira aberta, generosa, amiga. Com seu olfato capaz de captar histórias presentes e passadas, não busca jóias nem dinheiro, mas outra riqueza. C uma atmosfera de suspense e ao mesmo tempo poética. Veludo – História de um Ladrão marcou a estreia da autora italiana Silvana D’Angelo no mercado infantojuvenil, em 2007. As ilustrações, que fazem referência a diversas obras de arte, são do arquiteto italiano especializado em design de interiores Antônio Marinoni. Uma narrativa elaborada, apoiada em um personagem bem construído e marcante,           Por revista Crescer.  



A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.

E o site da Juju Descobrindo Outro Mundo, já o acessou? Se eu fosse você iria conferir imediatamente. Acesse: www.admiraveljuju.com.br 




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