domingo, 18 de maio de 2014

Seria a poesia o quinto elemento indispensável à vida?



Quando uma pessoa tem a coragem de despir-se da arrogância, despir-se da intolerância, e até mesmo dos seus sentimentos mais arraigados e profundos, o quê podemos dizer? Ou está passando por um estágio de delírio; é consciente além do perceptível, sábia e destemida; ou um poeta capaz de colorir a tristeza, a solidão e a miséria, com a tinta extraída da sua própria essência.

O poeta tem o clamor do pensamento, as mãos que escrevem o sentimento. Tem no seu intimo a beleza do amor, a nostalgia da dor e a luz da alma. Sussurra com delicadeza palavras que faz bem ao coração. E descreve a magia da ternura e o fervor da paixão, aspirando suave perfume de onde pouco se nota.

Fernando Pessoa em um de seus momentos de esplendor criativo, reacende o ardor da sua gloriosa exaltação poética, ao interpretar que, “O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis...”

Remisson Aniceto é uma dessas pessoas incomparáveis. Utiliza da sua sutileza para descrever o bendito da inspiração e sabe como poucos, traduzir o lirismo em momentos inesquecíveis, com tal convicção que encanta até os mais incrédulos sobreviventes da desventura.

Reviveu com sua própria grafia o célebre poema de Manuel Bandeira, "Vou-me embora pra Pasárgada", desenhando o seu “No céu de Pasárgada”; criou “Fantasia” para Rosangela de Fátima, descrevendo-a como bela flor, purpúrea, serena, de sutil formosura, eflúvio de rosas. Não satisfeito questionou com habilidade, a equivalência torpe entre guerra e paz, que Leon Tolstói no seu romance (1865 - 1869), considerou como uma reação do livre-arbítrio.

Bússola Literária neste momento singular de sua tendência literária, não poderia deixar de destacar o talento deste pensador e vigoroso erudito, construtor de versos germinados das entranhas da sua sublime vocação poética. Alimento que imortaliza a senda das palavras que se multiplicam, para tornarem-se num extraordinário castelo de inspiração.


Senda poética de Remisson Aniceto


A poesia é a roda e o eixo do mundo: tudo se move a partir dela. Senhora das emoções, encontra-se em cada detalhe, em cada sorriso, em cada lágrima, em cada fala, em cada objeto. Às vezes quase imperceptível, ela sutilmente movimenta o mundo e o transforma, promovendo a integração e a harmonia entre os povos.

A poesia pode ser classificada como o “Quinto Elemento” necessário à vida. Assim como a água, a terra, o fogo e o ar, a poesia sacia a sede do espírito, germina e floresce, aquece e oxigena o sangue, abrindo novos horizontes.

Transitória ou permanente de acordo com o olhar de cada leitor, por si só, ela torna-se perene, fica. Na poesia podemos encontrar o caminho para a Paz. “Lê e critica os meus versos, que te é permitido fazê-lo. Só não me prives, de peço, do direito de escrevê-los”. (Remisson Aniceto)





No céu de Pasárgada


Vou-me embora pra Pasárgada
Lá eu é que sou o rei
Lá terei tudo que quero
Na terra que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá eu é que sou o rei
De uma terra encantada
Que um dia abandonei

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá todo mundo é rei
Lá poderei encontrar
Tudo que em vão procurei

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá eu serei feliz
Lá poderei despertar
Na rica Terra do Sem Fim

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá só vive gente boa
Lá, sem cetro e sem coroa
Serei rei e súdito de mim

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá terei uma mulher só minha
Lá todo mundo é feliz
Cada rei com sua rainha

Lá montarei em cavalo
E verei o sol nascer
Lá tenho amigos reais:
Cecília, Carlos, Manuel...

Que me dizem que Pasárgada
Faz divisa com o céu
Onde dá pra ir e vir
Num piscar de olhos

E se algum dia talvez
A tristeza brincar comigo
Querendo em Pasárgada abrigo
Ou se a morte desdenhar

Da alegria de um amigo
Basta eu me lembrar
Que em Pasárgada sou rei
Que lá todo mundo é rei

Vou-me embora pra Pasárgada
De onde um dia saí rei
E desde então me perdi

Vou-me embora pra Pasárgada
De lá não mais sairei



Fantasia
(Para Rosangela de Fátima)

 Ó bela Flor, purpúrea, serena,
de sutil formosura, eflúvio de rosas...
Desvelada Flor, sublime, amena,
mescla escarlate das veias ardorosas.

Ó infinita Flor, plácida, aérea,
rubra Flor dos meus anseios...
Visão indelével, magicamente etérea,
lampejo de cor dos devaneios...

Ó Ros'angelical, rósea Flor mirim,
fulgente glória dos meus sonhos,
cobre-me com pétalas carmim!

Ó majestosa Flor, pujante e sincera,
sê real! Dissipa a névoa do medonho,
ó inefável Flor de Quimera...




Guerra, por quê? Por que não a PAZ?
Em homenagem ao dia 21 de Setembro – Dia Internacional da PAZ



A guerra advém da desinteligência e insensatez de um povo, subtraído mesmo que temporariamente de sua razão através de inflamados discursos ideológicos proferidos por líderes supostamente inteligentes. Líderes cultos, talvez, sábios, nunca. A sabedoria não se resume num maior acúmulo de informações. Sábio, só aquele que, mesmo tendo seus direitos furtados, consegue abrigar no coração a compreensão e a tolerância. Sábio, só aquele que hasteia a bandeira da PAZ e a leva sempre erguida.

Por que a guerra? Por que não a PAZ?
O pensamento crítico e o bom senso são fundamentais para que haja sempre um estado de harmonia entre os povos.
A deflagração de uma guerra é a mais forte prova da insensatez humana.

Só a fé em Deus faz nascer e frutificar a PAZ em nossos corações.


Salve a PAZ!!!


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domingo, 11 de maio de 2014

A essência do amor e da luxúria


Não é difícil acreditar que algumas pessoas em algum momento relembram determinadas situações envoltas num saudosismo ardente contido no peito, capaz até de fazer o corpo tremer. Algo inexplicável, mas verdadeiro. É nessa agradável manifestação da nossa efêmera existência que algo infinitamente sublime se transpõe para o universo paralelo dos nossos pensamentos. Como se trata de lembranças é natural tornar essas recordações inconcebíveis leveza de espírito no mundo dos sonhos. Permitindo que tenhamos o desejo de trilhar ocasiões jamais envelhecidas.

Como uma fumaça dissipando de maneira suave, de repente Jorge Victor se viu no lugar onde nasceu, uma elegante e próspera cidade do sul do Brasil, pela sua importância turística e a qualidade de suas vinícolas. Passeava de maneira descompromissada por um bosque deslumbrante e envolvente. Havia flores, gramíneas, esquilos e pássaros, que contribuíam com aquele cenário encantador. As árvores com sua exuberância frondosa compunham aquela tela do mundo das fábulas, pintadas pela essência das mãos hábeis de um talentoso artista, seduzido pela destreza do seu pincel. Sim, o lugar remetia a uma pintura nos estilos realista e impressionista, arte que somente o talento de um Gustave Courbet e Claude Monet, seria capaz de descrever com perfeição, aquela magia colorida, que os seus olhos se deliciavam registrar.

Quanto mais caminhava, mais sua mente se exercitava feito a um processador cibernético, criando imagens e mais imagens de belezas contagiantes. E o seu corpo respondia incrédulo ao frescor daquela tardezinha com o sol se escondendo por detrás das nuvens brancas, semelhantes a uma bruma que lampeja a alvorada de uma nova vida.

Jorge não resistiu aquele encanto e sentou-se sob a fronde de um imponente jacarandá e continuou admirando aquele ambiente singular. Com os seus olhos inquietos como a luneta de um observador em busca de sua nova descoberta, logo avistou caminhando, uma linda e fascinante mulher, quem sabe que nem ele, apenas curtindo o visual e deixando transbordar a alegria de viver. Com passadas lentas foi se aproximando de onde se encontrava, sem ainda tê-lo visto.

Jorge Victor, pelo ímpeto do momento e com a rapidez de um falcão, fez um passeio ocular em toda sua exaltação feminina, reparando com mais atenção suas curvas bem delineadas e glamorosas. Como estava contra o sol e o seu vestido moldado num fino tecido, causava a transparência que mostrava o quanto ela era perfeita e sedutora.

Dando cordas à sua visão estonteante, pode repará-la mais detidamente e exclamou com a voz quase muda: É ela...! Não pode ser, mas é ela sim!... Tratava-se de uma paixão infantil que se fizera mulher, uma bela mulher, capaz revirar o cérebro num amontoado de recordações. Mais uma vez, balbuciou: “Como desejei esta oportunidade de estarmos próximos. Só eu e você Silvia! Apenas nós dois”.

Enquanto sussurrava a frase vinda de seus pensamentos, Silvia o olhou, como dizendo, te conheço. E sei até de onde: do Colégio Olavo Bilac. Mas preferiu manter-se muda, apenas sorriu. Diante daquele sorriso cristalino, Jorge Victor, ainda relutante, convidou-a a compartilhar com ele aquele momento só visto na fantasia de uma mente apaixonada que ainda acreditava na felicidade, no amor e, sobretudo, aproveitar cada segundo como se fossem eternos e exclusivos.

- Oi, você está linda! – disse.

- Você me conhece? – Indagou Silvia.

- Não creio, mas devo confessar, é a garota mais linda que imaginei ver.

Silvia sorriu agradecida pela boa receptividade. Ela também estava admirada com a elegância e a beleza de Jorge Victor, após uma rápida olhada por toda a dimensão da sua estrutura masculina.

Sem hesitar, Silvia sentou-se logo à sua frente cruzando as pernas feito uma praticante de yoga. O vestido leve e solto, cobria-lhe apenas parte de suas pernas. O vento na sua misteriosa cumplicidade resolveu dar sua ajudazinha. Manifestando-se de maneira carinhosa com o seu sopro suave, levantou o tecido, permitindo a Jorge Victor a oportunidade de vislumbrar suas coxas bronzeadas e lisas até próximo de sua calcinha. Silvia era uma morena, 28 anos, com aproximadamente 1,70m, corpo esguio, seios atraentes que se destacavam no generoso decote; olhos castanhos e brilhantes; cabelos também castanhos pouco acima da cintura que esvoaçavam ao sabor do vento. Pode até que seja uma artimanha das circunstância, mas o vento naquele momento mais parecia o cupido prevendo uma linda história de amor, desejos e sedução.

Permaneceram conversando até que a noite mostrasse sua majestosa delicadeza. O luar estava perfeito e as estrelas contribuíam enfeitando e iluminando aquela atmosfera de verdadeiro bem estar. Combinaram um novo encontro ainda naquela noite, num barzinho da cidade. O local não poderia ser mais prazeroso, frequentado pela juventude local, onde se podia ouvir boa música ao vivo e bebericar várias opções de bebidas.

Jorge Victor ansioso foi o primeiro a chegar. Procurou um lugar menos movimentado, mas que permitia estar atento a tudo que acontecia. Silvia chegou meia hora depois. Ao se encontrarem já havia um clima de mais intimidade o que lhes permitia compartilhar beijinhos no rosto. Sentaram-se e iniciaram agradável bate papo. Ambos optaram pela cerveja, acompanhada por uma saborosa porção de filé ao molho madeira, com torradas.

Permaneceram conversando horas incansáveis. Relembraram remotas passagens do passado, até a revelação feliz das estórias do Colégio Olavo Bilac, que surgiram pela casualidade do destino. A partir desse momento, o assunto se resumiu ao colégio, a cidade natal e a trajetória que cada um seguiu ao concluir o ginásio.

Silvia havia mudado com a família para outro estado, tornado-se médica; Jorge Victor a gosto dos pais, foi morar em Paris, onde estudou e aos 30 anos, tornou-se um competente engenheiro naval, disputado por grandes multinacionais. Não fazia uma semana que transferira para o Brasil, a convite de um magnata brasileiro, amigo da sua família, que mantinha estreita relações empresariais com influentes produtores de petróleo no Oriente Médio.

Naquela noite não aconteceu nada de extraordinário no que se refere à intimidade afetiva. Mas o próximo encontro já ficara combinado para almoçarem juntos. Jorge Victor a acompanhou até a casa de seus tios, enquanto permanecesse na cidade. Em seguida seguiu para o hotel onde estava hospedado. Para ambos o sono teimou em não aparecer, permitindo que desenhassem cenas felizes e emocionantes do casual encontro e o seu desfecho, semelhante o folhear de um álbum de recordações.

Almoçaram distribuindo simpatia, alegria, bom humor e jovialidade. Após o almoço fizeram um passeio pelos lugares que marcaram suas infâncias, incluindo é claro, o Colégio Olavo Bilac. Perguntaram a alguns moradores sobre determinados amigos e amigas da época, sem resultado. Parecia que todos resolveram partir, deixando para trás apenas memórias, nada mais.

À noite novo encontro já estava combinado e a aproximação entre os dois se tornava cada vez mais ardorosa e espontânea. Jorge Victor com o objetivo de agradar sua companheira com o que há de melhor, em sinal de agradecimento pelos belos momentos que passaram juntos e, prevendo uma noite aconchegante na companhia de Silvia, havia trocado seu apartamento nem tão nobre, pela suíte mais luxuosa do hotel. Seria ali o provável ninho de amor do casal.

E assim aconteceu. Silvia ainda que, meio tímida aceitou o convite e partiram para o que seria o momento mais feliz entre os dois, desde que se encontraram. Ao abrir a porta da suíte, via-se num local selecionado com esmero a pouca luz, uma mesa bem ornada com velas apropriadas que realçava o encantamento da ocasião; taças de cristais para ser servido um “authentique Sauvignon Blanc”, escolhido como se estivessem na frança por José Maria Ferrier  “sommelier” do hotel; prataria e porcelanas de fino bom gosto os esperavam para um jantar inesquecível.

Após o jantar, acomodaram-se numa confortável poltrona próxima à lareira, conversaram por alguns instantes e logo começaram a se entregarem ao feitiço da luxúria. Não demorou a buscarem o conforto da cama, que mais parecia um oceano de amor. Um fino lençol lilás de seda dava o tom do que viria a acontecer. Despiram-se peça por peça na sintonia de uma valsa, beijando-se e se tocando com ardor, que às vezes até atrapalhava a respiração, mas nada os impediam de viver o êxtase daquele clima que consumia a lascívia do desejo incontido.

Como dois amantes em completa entrega, seus movimentos em sincronia, descreviam a harmoniosa efervescência da paixão. Uma atração inebriante de excitação, que queimava feito lavas incandescentes percorrendo sobre seus corpos suados e extasiados de desejos e prazer. Seus hormônios em vibrantes loucuras liberavam a adrenalina contida na volúpia de um cérebro que respirava e cheirava sexo. Capaz de paralisar o tempo, para impedir que o sabor do pecado de amar e se entregar aos desejos da carne se tornassem momentos inenarráveis.

No clarear do dia, os dois acordaram movimentando-se com gestos preguiçosos. Antes do café da manhã que seria servido na própria suíte, resolveram que o melhor a fazer naquele momento seria um excelente banho morno na banheira de hidromassagem que os esperava. Como estavam entregues ao prazer, não demorou a reiniciarem a sessão de libidinagem. E assim, nesse clima de prazer, amor e sexo, Jorge Victor e Silvia tiveram uma manhã envolta na paixão sem limites.

No dia seguinte ambos se separariam, seguindo cada um o seu caminho em atenção às necessidades imperiosas da profissão. Evidente que a internet haveria de contribuir para que não esfriasse o desejo de se amarem revivendo as loucuras do prazer.

Nota: Este Conto foi criado por Dilson Paiva, em 10 de maio de 2014.


A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.

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domingo, 4 de maio de 2014

Quais são os dez livros que mais marcaram sua vida?



Fatos curiosos e consideráveis também acontecem nas redes sociais. É claro que, a quantidade de assuntos fúteis, desnecessários, fofocas, autopromoção de beleza estética, inconveniência e indiscrição, também se fazem presentes. Há também aqueles céticos que não acreditam que o homem já chegou à lua, também pudera, como lunáticos, só podem estar no mundo da lua! Essas pessoas podem até achar que estou exagerando, mas não é difícil conferir os fatos, só um cego não veria estas incoerências. Mas vamos ao que nos interessa no momento: literatura.

O Facebook – entre as redes sociais –, pode-se afirmar ser um excelente meio de comunicação com destaque cultural, bem utilizado, é claro. Vou citar algumas páginas em que os seus administradores interagem de forma harmoniosa; preocupam transmitir bons conteúdos, promover saborosas discussões, enquetes e proveitosas indicações de bons livros entre os seus aliados.

São páginas dirigidas aos aficionados pela boa leitura. Onde os seus integrantes se interagem de forma inteligente propondo e apresentando sugestões, independente de qual seja, a escola ou tendência literária com valiosos resultados. Ao citá-las posso estar me esquecendo de algumas que também são dignas de reconhecimento pelo seu prestígio de informar com equilíbrio e compromissadas de promover a leveza de uma saudável leitura. Aos editores dessas páginas não mencionadas, que me perdoem pelo branco mental.

Eis algumas páginas que sigo no Facebook, que as considero bons exemplos de empáticas e proveitosa propostas de convivência literária: Grupo de Leitura – O vendedor de livros; Memei Correa – A vida em poesia; LP-Books Editora - Seleta Cultural Brasil Portugal; Biblioteca do Kaká; Macarani/BA; Baú do professor; Skoob – Estante virtual; Orvalho d’Alma, Núpcias d’Alma; e Sussurro poético. Todas estas páginas merecem ser respeitadas pela agradável interação entre os seus discípulos, sem apelar pela mediocridade e a ressurreição da ignorância literária.

Esta enquete bem credenciada que encontrei na internet: "Quais são os dez livros que mais marcaram sua vida?" é de autoria do nosso amigo no face, Danilo Venticinque, Editor de livros de ÉPOCA, na qual, mantém às terças-feiras na sua coluna, enfoques de análise e crítica sobre leitura, literatura e o mercado editorial. Somente ampliei sua publicação original, sem, contudo, desestruturar seu excelente trabalho. Foi apenas um impulso, no sentido de expandir as informações sobre as obras autorais evidenciadas de cada escritor da pesquisa. Mais um detalhe: esta publicação está autorizada pelo autor.


Quais são os dez livros que mais marcaram sua vida?

Doze autores aderem à corrente que começou no Facebook e revelam seus dez livros favoritos



Até as correntes na internet podem ser úteis de vez em quando. Nas últimas semanas (janeiro/14), em vez de histórias de fantasmas, lendas urbanas e notícias falsas, minha linha do tempo no Facebook foi inundada por uma bem-vinda série de mensagens virais. Um amigo publicava sua lista de dez livros favoritos e convidava outros dez a fazer o mesmo. Esses dez convidavam outros dez e, de repente, a rede social havia se transformado numa animada mesa de bar para discussões literárias. Por que esse Philip Roth e não aquele? Por que Brás Cubas e não Dom Casmurro, ou mesmo Quincas Borba? Por que só romances? Por que nenhuma mulher? Logo todos chegavam à conclusão de que todas as listas são imperfeitas, mas nem por isso menos divertidas.

Os mais mal-humorados certamente não entrarão na brincadeira. Dirão que dez livros é muito pouco para abarcar toda sua paixão pela leitura e que esse tipo de lista é tão inútil quanto qualquer outra coisa publicada no Facebook. É um exagero. Ninguém resolverá grandes questões da literatura universal com meia dúzia de likes e comentários, mas as listas têm seu valor. Servem não só para que troquemos indicações de leitura, mas também para nos conhecermos melhor. Dez livros são o bastante para que esbocemos um perfil do autor da lista – não só de suas preferências literárias, mas também de sua personalidade. É um retrato superficial, claro. Mas o que não é superficial no Facebook?

Tão interessante quanto saber o que nossos amigos lêem, é descobrir os livros de cabeceira de escritores de sucesso. Além de especular sobre suas preferências literárias e personalidade, podemos usar a lista como ponto de partida para tentar desvendar as principais influências de suas obras e as raízes de seu estilo.

Convidei doze autores de diferentes gêneros e idades para participar da brincadeira. Suas listas são interessantes tanto para fãs que querem conhecer melhor seus autores favoritos quanto para leitores curiosos em busca de boas indicações de leitura.



Joan Pablo Villalobos, autor de Festa no Covil: é o seu primeiro romance, mas poderia ser o décimo. A voz que conta a história é o jovem Tochtli, que quer ganhar um hipopótamo anão da Libéria, tem uma coleção de chapéus e sabe muitas palavras difíceis. Com um desejo tão surreal, o livro poderia ser uma história sobre as fantasias de uma criança – e não deixa de ser, mas não é apenas isso. Afinal, Tochtli pode conseguir os hipopótamos anões da Libéria para seu pequeno zoológico que fica no quintão de seu “palácio”, uma casa grande no meio do “nada” no México.

Tochtli pode ter quase tudo que quer, inclusive hipopótamos anões da Libéria. Seu pai é um poderoso traficante mexicano e vive confinado com o filho em seu palácio, na companhia de poucos integrantes de seu bando. Pelos olhos inocentes do observador e inteligente Tochtli, nós temos uma visão diferente da vida de um poderoso traficante.

A história me passou a mesma sensação que tive ao ler “O Menino do Pijama Listrado” – embora sejam completamente diferentes entre si. A sensação comum que as duas histórias me passaram é que são duas crianças inocentes, alheias ao papel dos seus pais no mundo que vivem (no caso de Bruno, um oficial nazista; já Tochtli tem um pai que é um traficante). A inocência que Tochtli encara o mundo é surpreendente, ao mesmo tempo que a morte é algo comum para ele, faz parte do seu cotidiano. Ele tem uma maneira muito peculiar ao falar de certos assuntos, mas ainda assim é velado, você sente a proteção que o pai tem com ele para que descubra as coisas na hora certa – especialmente em relação às notícias na TV. Acho que foi isso que me lembrou muito “O Menino do Pijama Listrado”, pois os pais de Bruno e Tochtli são pais, apesar de tudo. Até quem consideramos menos humanos possuem um lado humano.      Por Iris Figueiredo.

1. Dom Quixote, de Miguel de Cervantes
2. Cândido ou o otimismo, de Voltaire
3. Jacques o fatalista, de Diderot
4. Tristram Shandy, de Laurence Sterne
5. Ferdydurke, de Witold Gombrowicz
6. El uruguayo, de Copi
7. A lua vem da Ásia, de Campos de Carvalho
8. Nadie encendía las lámparas, de Felisberto Hernández
9. Una violeta de más, de Francisco Tario
10. Ese modo que colma, de Daniel Sada



Raphael Montes, autor de Suicidas: Nasceu em 1990, no Rio de Janeiro. Advogado e escritor, publicou contos em diversas antologias de mistérios, inclusive na revista Playboy e na prestigiada revista americana Ellery Queen Mystery Magazine. Suicidas é o primeiro romance do autor, nascido de um projeto de mesclar subgêneros clássicos do policial em uma roupagem moderna. Amante e pesquisador do tema, Raphael é dono de uma biblioteca com mais de 5.000 livros do gênero e autor de variados estudos, tendo uma coluna semanal sobre literatura policial no Jornal do Brasil.

Sua pouca idade e a escrita tensa e instigante chamaram a atenção do mercado literário brasileiro: Suicidas (Ed. Benvirá) foi finalista do Prêmio Benvirá de Literatura 2010, do Prêmio Machado de Assis 2012 da Biblioteca Nacional e do prestigiado Prêmio São Paulo de Literatura 2103.

Sucesso de crítica e bem recebido pelos leitores, o autor foi recentemente convidado a publicar em inglês, em antologia policial organizada por Clifford Landers, ao lado de nomes como Rubem Fonseca, Lygia Fagundes Telles e Patrícia Melo. Além disso, realiza trabalhos como copidesque, ministra palestras sobre o processo criativo e escreve o projeto de uma série policial para TV. Dias Perfeitos, sua próxima obra policial, foi publicada pela Ed. Companhia das Letras em março deste ano.   Por Walcir Carrasco, escritor e novelista.

1. O caso dos 10 negrinhos, de Agatha Christie
2. O talentoso Ripley, de Patricia Highsmith
3. Se um viajante numa noite de inverno, de Italo Calvino
4. Paciente 67, de Dennis Lehane
5. Um estudo em vermelho, de Arthur Conan Doyle
6. Dom Casmurro, de Machado de Assis
7. Elogio da mentira, de Patricia Melo
8. Clube da luta, de Chuck Palahniuk
9. Um assassino entre nós, de Ruth Rendell
10. Traduzindo Hannah, de Ronaldo Wrobel

Vanessa Barbara, autora de Noites de Alface: É jornalista, tradutora e escritora. Depois de um livro-reportagem (O Livro Amarelo do Terminal), um romance em co-autoria (O Verão do Chibo, com Emilio Fraia), um infantil (Endrigo, O Escavador de Umbigos) e uma graphic-novel (A Máquina de Goldberg, com Fido Nesti), Vanessa lança o seu primeiro romance em parceria consigo mesma, como ela diz.

Noites de Alface estreou antes de virar romance. Suas páginas iniciais foram publicadas na coletânea dos melhores jovens autores brasileiros da revista Granta, que saiu pela editora Alfaguarra no ano passado, criando expectativa entre os leitores sobre o que viria a seguir. “Todo mundo esperava um romance mais introspectivo e triste, a julgar pelo capítulo inicial”, suspeita a autora. Mas, a julgar pela forte presença do humor que ajuda a diluir o peso do drama central do livro, sairão melhor contemplados aqueles que esperarem de Noites de Alface a ironia afiada e o destaque às sutilezas cotidianas, típicos dos textos da autora.

O epicentro da história é o drama da perda, a partir do qual se desdobram outros temas, como a percepção do outro, a individualidade no contexto da vida comum e a imprevisibilidade da morte, que chega justamente quando ninguém está preparado – na casa de Otto, as roupas ainda pingavam no varal. 

A personalidade de Otto, o personagem principal do livro, vai se mostrando conforme ele interage com uma numerosa vizinhança que se compadece dia a dia pela morte da esposa. Os personagens, quase todos amalucados ou dotados de alguma peculiaridade – como um jovem obcecado por bulas de remédio ou uma senhora adepta do sincretismo religioso – ajudam Otto a lidar com a perda e reencontrar sua individualidade confundida na vida a dois.

Vanessa constrói com habilidade as contradições dos personagens para demonstrar a natureza volúvel do ser humano. Ao mesmo tempo em que se mostra ranzinza e indisposto a lidar com os outros, o personagem Otto é extremamente doce, o que fica visível em trechos como este: “Ada amava o quintal. Quando estava com ela, Otto amava também; sozinho, detestava igualmente as tulipas e os vizinhos.”     Por Renata Penzani

1. Tristram Shandy, de Lawrence Sterne
2. Madame Bovary, de Gustave Flaubert
3. Bouvard e Pécuchet, de Gustave Flaubert
4. O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald
5. Moby Dick, de Herman Melville
6. A consciência de Zeno, de Italo Svevo
7. Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll
8. Histórias de Cronópios e de Famas, de Julio Cortázar
9. O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien
10. Hamlet, de William Shakespeare



Carolina Munhóz, autora de Feérica: É jornalista, romancista, integrante do Potterish, um dos maiores sites de Harry Potter do mundo e do Rapadura, Cast do site Cinema com Rapadura. Carol lançou o livro chamado ''A Fada'' e é também autora de Feérica. Carolina Munhóz lança seu mais novo livro, o Feérica. Mais uma ótima e diferente visão do seu já consolidado universo de fadas. Carolina Munhóz lança seu mais novo livro, o Feérica. Mais uma ótima e diferente visão do seu já consolidado universo de fadas.

Violet sempre foi uma fada diferente, a começar pelos cabelos roxos e por ser dona de uma disposição suficiente para realizar seu maior sonho: ser famosa. Ao se transportar para Hollywood, de repente, tudo o que desejou passa a ser real. Festas badaladas, encontros amorosos com jovens milionários, dinheiro e fama passam a fazer parte do cotidiano de Violet Lashian. 

Mas, sem contatos, sem amigos por perto e diante de uma nova cultura, será que ela será capaz de manter a pureza de sua raça mágica em um mundo corrompido pelo deslumbre material? A partir daí, ao perceber que se tornar uma estrela na Terra é tão difícil como se destacar em Ablach, El tem que aprender lidar com o pior da sociedade humana. Será que ela vai conseguir?

Ainda não sabemos, mas estamos ansiosos para descobrir o que acontece em Feérica, o novo livro da escritora Carolina Munhóz, da Fantasy – Casa da Palavra, que está em pré-venda e já disponível em todo país a partir de julho de 2013. Quem curtiu os últimos livros da autora, A Fada e O Inverno das Fadas, certamente vai se encantar por Feérica.   Por Lívia Lopes

1. Harry Potter, de J.K. Rowling
2. Brida, de Paulo Coelho
3. As brumas de Avalon, de Marrion Zimmer Bradley
4. Dragões de éter, de Raphael Draccon
5. Anjos e demônios, de Dan Brown
6. Eragon, de Christopher Paolini
7. Jogos vorazes, de Suzanne Collins
8. Os homens que não amavam as mulheres, de Stieg Larsson
9. Fortaleza digital, de Dan Brown
10. A culpa é das estrelas, de John Green


Raphael Draccon, autor de Dragões de Éter: É roteirista profissional e autor de literatura fantástica contemporânea, ficção de horror e romances sobrenaturais. É o autor mais jovem a assinar com os braços nacionais deduas das maiores holdings editoriais do mundo, e roteirista premiado pela American Screenwriter Association. Um dos autores ignorados por Frankfurt, motivo que fez Paulo Coelho desistir de ir à feira. Raphael Draccon de “Dragões de Éter” faz sucesso no México. Em cinco meses, sua trilogia ocupou o quarto lugar nos mais vendidos da Sanborns, a maiaor rede de livrarias daquele país. 

Ao lado de André Vianco e Eduardo Spohr, Raphael Draccon completa a tríade de autores brasileiros de ficção especulativa, mais bem-sucedidos dos últimos tempos. Enquanto o primeiro ficou notório pela autopublicação de “Os Sete”, vendendo-o diretamente às livrarias no ano de 2000, e o segundo utilizando as redes sociais e a força do “podcast” do Jovem Nerd, Raphael aqui utilizou-se do caminho convencional, sendo publicado inicialmente por uma grande editora como a Planeta e posteriormente pela gigante portuguesa Leya, a mesma casa do adorado George Martin aqui no Brasil, com o seu “Guerra dos Tronos”.   Por Pablo Grilo

1. Capitães da areia, de Jorge Amado
2. O rei do inverno, de Bernard Cornwell
3. O iluminado, de Stephen King
4. Robin Hood, autor desconhecido
5. Conan, de Robert Howard
6. O Senhor dos anéis, de J R.R. Tolkien
7. As crônicas de gelo e fogo, de Geo’rge R.R. Martin
8. Musashi, de Eiji Yoshikawa
9. Sandman, de Neil Gaiman
10. A menina que roubava livros, de Mark Zusak

Thalita Rebouças, autora de Era uma vez minha primeira vez: Antes de superar fronteiras, a obra da escritora chegará aos cinemas brasileiros. A autora fechou contrato com três produtoras cinematográficas diferentes para transformar em filmes Ela disse, ele disse, Uma fada veio me visitar e Tudo por um namorado. “Já negociei os direitos, só está faltando mesmo assinar o contrato de Tudo por um namorado, mas está praticamente tudo certo. São três livros meus que estão sendo adaptados para a telona, acho que em 2012 já devem estar pipocando, eu espero”, adianta.

Antes de ser conhecida, Thalita distribuía pirulitos em livrarias e anunciava seus livros em altos brados nas feiras literárias. O sucesso não mudou o seu estilo peculiar de divulgar seu trabalho. Durante a noite, distribuiu brigadeiros para as leitoras, em uma simpática caixinha com a inscrição “Ler comendo brigadeiro é legal”, e “botons” da campanha “Ler é bacana”. “É uma resposta ao ‘ler é chato’, que eu tanto ouvi no começo da minha carreira há 11 anos. Ler não é chato, é muito legal. Já distribuí mais de 20 mil “botons” ao longo desses anos todos, e muita gente boa já aderiu essa campanha. O Veríssimo, Zuenir Ventura, João Ubaldo, Guti Rocha, Ziraldo. Fico muito feliz por ver os “botons” nas mochilas das alunas das escolas por onde passo. É lindo, é fofo”, comemora.

Antes da criação literária, Thalita Rebouças passou pela faculdade de Direito durante dois anos. Depois, resolveu cursar jornalismo e trabalhou em várias redações e assessorias de imprensa no Rio de Janeiro, no Guarujá e em Nova York. Hoje, ela acredita que em time que está ganhando não se mexe e persiste na temática adolescente – sempre tratada com muito bom humor. “Fico muito à vontade para escrever sobre o universo feminino. Eu não vou escrever livros de vampiro e não vou escrever um livro de bruxa. Crepúsculo eu comecei a ler, mas eu não amo vampiro e não terminei. Mas bato palmas para a Sthephanie Meyer, por ter feito tanta gente ler. Harry Potter eu li o primeiro, gostei muito, mas também não me interesso por bruxos e não quis ler o resto da série”, conta.

Em Era Uma Vez Minha Primeira Vez, ela conta a história de seis amigas inseparáveis, todas entre 15 e 19 anos, que enfrentam juntas o antes, durante e depois de um dos momentos mais importantes de sua vida: a primeira relação sexual. Mas não espere um manual com dicas sobre sexo, virgindade, gravidez e afins. “Não é um livro que a pessoa vai ligar para o namorado e falar: ‘estou pronta, vamos hoje’. Pelo contrário, é um livro que faz a menina pensar. É um livro que vai fazer companhia às meninas que estão pensando nisso ou ainda vão passar pela situação. O livro trata das emoções, do antes e depois, o sexo em si passa batido”, pondera, sem querer usar tom professoral. “Não quero ser uma tia chata. Sou uma tia legal”, conta Thalita, que se tornou ídolo das adolescentes e lança ‘Era uma vez minha primeira vez’, sua 12ª obra, e tem três títulos sendo adaptados para o cinema       
Por Leo Pinheiro

1. Ensaio sobre cegueira, de José Saramago
2. Travessuras da menina má, de Mario Vargas Llosa
3. O grande mentecapto, de Fernando Sabino
4. Comédias da vida privada, de Luis Fernando Verissimo
5. Navegação de cabotagem, de Jorge Amado
6. O menino do pijama listrado, de John Boyne
7. A hora da estrela, de Clarice Lispector
8. Feliz ano velho, de Marcelo Rubens Paiva
9. Um brasileiro em Berlim, de João Ubaldo Ribeiro
10. A invenção de Morel, de Adolfo Bioy Casares
  

Fabrício Carpinejar, autor de Ai meu Deus, Ai meu Jesus, como diz o subtítulo, é um maravilhoso livro escrito por Fabrício Carpinejar que fala sobre amor e sexo. Em suas deliciosas crônicas o autor entra na alma do leitor, em especial na alma das leitoras. Trata sobre sexo e casamento, encontro e sentimentos ardentes dos amantes apaixonados, a dor de um amor não correspondido, o desejo que as mulheres têm em ser desejadas e mais outras gostosuras. Revela-se, colocando a sua essência no livro e acaba fazendo com que quem leia se encontre em suas palavras. Vale à pena se lambuzar!    Por Bárbara Barros

1. Poemas para combater a calvície, Nicanor Parra
2. Dom Quixote, de Miguel de Cervantes
3. Ofício de Viver, de Cesare Pavese
4. Alguma Poesia, de Drummond
5. Paradiso, de Lezama Lima
6. Werther, de Goethe
7. O conde e o passarinho, de Rubem Braga
8. A Paixão segundo G.H., de Clarice Lispector
9. Cão sem plumas, de João Cabral
10. Álvaro de Campos, de Fernando Pessoa

 
Ricardo Lísias, autor de Divórcio: Categorizado como "autoficção", este novo romance de Ricardo Lísias conta como o autor conheceu de fato a jornalista com quem estava casado havia quatro meses. Para encurtar a história trás assim, sua história: Um escritor encontra em casa o diário de sua mulher, onde ela revela o que de verdade o que de verdade pensa dele: um homem que não viveu, inexperiente, desinteressante, entediante, nada apaixonante, sem graça. "Patético", "autista", "esquisito" e "apenas um menino bobo", são alguns dos adjetivos que ela usa para defini-lo.
Ao mesmo tempo, vê o contraste do que ela pensa de si mesma: bela, sedutora, bem-sucedida, bem vestida, bem educada, experiente, viajada, desejada. "Sou a melhor jornalista de cultura do Brasil", ela repete, em diversos trechos do diário.
O casamento acaba ali, e ele tem de lidar com a vontade de morrer, de sumir, de se recompor. Se fosse uma obra de ficção, essa seria uma grande ideia para um romance. Não sendo, é uma tragédia pessoal para os dois envolvidos. Ele foi atropelado pelo desprezo que não desconfiava que a mulher tinha dele. Ela foi exposta a ponto de ver trechos inteiros do seu diário, com seus pensamentos mais íntimos e pessoais, as verdades que ela não tem coragem "de contar nem para o terapeuta", transpostos para o livro. .Por iG São Paulo  
1. Dom Quixote, de Miguel de Cervantes  
2. Quincas Borba, de Machado de Assis
3. Ulysses, de James Joyce
4.
Rumo ao farol, de Virginia Woolf

5. Noturno do Chile, de Roberto Bolaño
6. A vida modo de usar, de George Perec
7. As benevolentes, de J. Littell
8. Grande Sertão: veredas, de João Guimarães Rosa
9.
Carta ao pai, de Franz Kafka

10. Molloy, de Samuel Beckett


 
Luisa Geisler, autora de Quiçá. A estreia no romance com “Quiçá”, que recebeu o Prêmio Sesc de Literatura, vem após Luisa Geisler ter ganhado, por “Contos de mentira”, o mesmo prêmio na categoria contos em 2010. Paralelamente, tornou-se a mais jovem integrante do grupo de autores a participar da edição brasileira da revista literária “Granta”. Conquistas que, por si só, levam editoras, críticos e novos leitores a examinar com mais atenção a prosa dessa escritora gaúcha de 21 anos.

Luisa é uma escritora ambiciosa, no bom sentido da palavra, e não se contenta em escrever de forma linear, nem por saídas fáceis. Opta por investigar um período conturbado da formação do sujeito, a adolescência, com todas suas contradições, suas elipses, seus mal-entendidos. Para contar esta história do ponto de vista de Clarissa, com 11 anos, e de seu primo Arthur, a autora constrói uma estrutura que intercala capítulos sobre as descobertas e os embates entre os primos, com passagens curtas e tão variadas quanto um apedrejamento de uma mulher por adultério, uma citação de José Saramago ou a mera sentença solta na página: “Precisa-se de chapista.” Outros pedaços de histórias, reflexões, cenas descritivas, fragmentos esparsos que não almejam formar um conjunto a não ser o do próprio movimento perpétuo do mundo.      Por Giovanna Dealtry 

1. 
Eles eram muitos cavalos, de Luiz Ruffato
2. Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis
3. Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa
4. O deus das pequenas coisas, de Arundhati Roy
5. O guia do mochileiro das galáxias, de Douglas Adams
6. Clases de literatura, de Julio Cortázar
7. Os sofrimentos do jovem Werther, de Goethe
8. As boas mulheres da China, de Xue Xinran
9. A farewell to arms, de Ernest Hemingway  
10. Clube da luta, de Chuck Palahniuk

 
André Vianco, autor de A Noite Maldita.  A obra marca a volta do autor à mitologia dos vampiros, tema que o consagrou em livros como Os Sete e Sétimo.

A história de A Noite Maldita é ambientada trinta anos antes dos acontecimentos relatados na saga Vampiro Rei (Bento, Cantarzo e Bruxa Tereza) e conta as origens da epidemia que adormecia as pessoas e as transformava em vampiros, além de mostrar as primeiras mobilizações de resistências nas cidades brasileiras. A narrativa segue os passos de Graziano, um sargento da policia militar que sai em busca de sua irmã e seus sobrinhos, ao mesmo tempo em que tenta cumprir seu dever profissional de proteger a sociedade.

De acordo com a editora Novo Século, o livro está disponível nas lojas desde a primeira semana de abril de 2013.      Por Thiago Romariz

 1. A dança da morte, de Stephen King
2. Os miseráveis, de Victor Hugo
3. Não verás país nenhum, de Ignácio de Loyola Brandão
4. Marcelo marmelo martelo, de Ruth Rocha
5. Musashi, de Eiji Yoshikawa
6. Páginas de sombra, antologia de Bráulio Tavares.
7. Contato, de Carl Sagan
8. O diário da sibila rubra, de Kizzy Isatis
9. Operação cavalo de Tróia, de J. J. Benitez
10. A fera na selva, de Henry James

 
Leticia Wierzchowski, autora de Sal. É uma obra de literatura escrita para um dia de primavera, uma manhã silenciosa e com as reminiscências do frio de inverno. É uma leitura claramente inspiradora (especialmente para aqueles que sonham um dia escrever seu próprio romance), mas que precisa ser degustada com parcimônia e tempo. A narrativa é fluida, mas poética e floreada, portanto o leitor deve reservar um momento seguro e de exclusividade para se perder nas palavras que compõe a história.

Desde o início da leitura há aquela sensação inquietante de que precisamos estar atentos a cada palavra , pois elas guardam um segredo, o prenúncio de que acontecimentos impactantes estão por vir. Seja para o melhor ou para o pior. A autora faz uso livre de simbologia e metáforas que ajudam a criar a qualidade imaginativa e quase alegórica do romance. Fãs de literatura terão muitas razões para encontrar em “Sal” uma leitura extraordinariamente prazerosa. A autora dá vida às suas personagens através de cores que carregam suas personalidades e as escolhas que modificaram as vidas de todos os membros de uma família. A marca de uma grande história (bem contada) está no fato de que ao terminar a leitura senti que aquelas pessoas viviam agora em mim. Para mim, o fato de Flora, uma das vozes narradoras da obra, ser uma leitora convicta e escritora apaixonada, foi um verdadeiro conforto e eu me senti em meu próprio elemento.     
Por Marina Moura

1. 
Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
2. Rumo ao Farol, de Virgínia Woolf
3. Lolita, de Nabokov
4. Jovens de um novo tempo, despertai!, de Kenzaburo Oe
5. O barão nas árvores, de Ítalo Calvino
6. O mar, de John Banville    
7. A marca humana, de Philip Roth  
8. O destino de um homem, de W. Somerset Maugham
9. O bom soldado, de Ford Madox Ford
10.  Cem anos de solidão, de Gabriel Garcia Marquez

 
Eduardo Spohr, autor Filhos do Éden: Diferentemente de seu primeiro livro, onde o foco era sobre o universo e, principalmente, sobre um evento específico – o seu fim, a trama de “Filhos do Éden” trata quase que exclusivamente dos personagens, e considera a guerra celeste como pano de fundo para explorar a característica de cada casta angélica, bem como as motivações individuais deste grupo de protagonistas. Apesar de haver certa urgência nos acontecimentos que permeiam a missão de Kaira, nada é tão importante quanto à revelação de seu passado, algo extremamente ínfimo, dada as dimensões da guerra, mas de extrema importância se olharmos para a trama atual.
O foco mais intimista do romance é uma escolha pertinente, da maneira que diante dela o monomito (Campbell, 1949) pode ser melhor explorado, criando um elo mais forte de identificação e sedução entre o leitor e a obra; embora o autor tenha utilizado tal estratégia de maneira um tanto óbvia, obedecendo quase que religiosamente a “cartilha” sem qualquer indício de incursões arriscadas. Certamente em “A Batalha do Apocalipse”, Spohr usou seu talento na forma mais purista, conquistando seu público quase que unicamente por sua inventividade, o que não desmerece completamente seu segundo trabalho, mas realmente demonstra uma escolha mais segura.
Talvez o maior mérito de Spohr seja sua capacidade de criar conceitos inteligentes, sendo eles originais ou reaproveitados de mitologias humanas – como quando discorre sobre vértices, vórtices, tecido da realidade e os diferentes céus. Sua narrativa, entretanto, ainda carece de brilho, e esboçam algumas decisões equivocadas ao intercalar de forma confusa, diversos acontecimentos em uma suposta teia de eventos que compartilham relações de causa e consequência. A concepção desses conceitos juntamente à sua habilidade descritiva extremamente incisiva faz de Spohr um magnífico escritor de livros de RPG, mas um não tão brilhante autor de romances de fantasia.         Por Revista Ambrósia
1. 1984, de George Orwell
2. Shogun, a gloriosa saga do Japão, de James Clavell
3. Pilares da Terra, de Ken Follet
4. Lúcio Flávio, passageiro da agonia, de José Louzeiro
5. Entrevista com o vampiro, de Anne Rice
6. O iluminado, de Stephen King
7. O rei do inverno, de Bernard Cornwell
8. Conan, o cimério, de Robert E. Howard
9. O exorcista, de William Peter Blatty
10. O apanhador no campo de centeio
, de J. D. Salinger


A propósito, você já acessou a fan page do meu livro infantil Juju Descobrindo Outro Mundo? Não imagina o que está perdendo. Acesse: www.fecebook.com/jujudescobrindooutromundo.

E o site da Juju Descobrindo Outro Mundo, já o acessou? Se eu fosse você iria conferir imediatamente. Acesse: www.admiraveljuju.com.br 


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