segunda-feira, 21 de junho de 2010

Quase Poesia



Enquanto os anjos dizem Amém! Os pássaros, flores e borboletas embelezam campos e jardins; as pessoas ainda encontram nas estrelas, no luar e na serenata o canto poético de expressão e dedicação à ternura do amor espontâneo.

A poesia com sua linguagem fecundada na alma e abençoada pela pureza do sentimento pleno sintetizam a carência do carinho e do aprendizado. Neste olhar além do horizonte sensitivo, é que a poesia abre rincões e pavimenta caminhos que nos levam ao amor pelas palavras bem empregadas. Exilando a tristeza e abraçando as boas intenções com o ósculo da amizade sincera.

Como se numa conexão profética, recebi recentemente o livro “Quase Poesia”, enviado pela própria autora, a escritora e poeta Basilina Pereira. Na sua apresentação, ela anuncia para nossa surpresa, que este exemplar é a sua primeira obra literária publicada. Porém, o que nos mostra é uma consciência madura de quem nasceu escrevendo as belezas do sentimento através da poesia, de forma muito consciente. Nada melhor que externar as entranhas do âmago lúdico, permeando cada etapa do crescimento espiritual, com ideias vibrantes do caráter poético, sem a interferência da vaidade soberba.

Em “Quase Poesia” a poetisa Basilina nos presenteia uma coletânea com mais de cem poemas, onde você terá à sua escolha, aquele que mais identificar com o seu momento. Separei entre eles, três que particularmente me disseram o que desejava sentir. Espero que comunguem comigo este mesmo prazer.

Se não foi o bastante, o que é provável procure adquirir esta obra poética através do blog da autora, http://www.poesiasbasilina.blogspot.com/, ou pelo endereço: www.recantodasletras.uol.com.br/poesias/1299361.
À Basilina, o meu agradecimento e minha admiração. Sucesso pleno, amiga...




Perspectivas


Eu quero...
mergulhar na vida com o elã da juventude,
sentir o frescor da brisa
arrepiando meus cabelos,
enfrentar as tempestades
com o destemor dos guerreiros medievais.


Eu posso...
Percorrer muitos caminhos,
Sentir todos os arrepios,
Chorar, sorrir, ousar, crescer.

Eu vou...
amanhecer feliz a cada dia,
embrenhar-me no mundo da poesia
e experimentar, talvez, outras emoções.

Eu preciso...
Investir, esperar, plantar e colher.

Eu anseio por...
viver em plenitude como os insensatos,
experimentar o êxtase dos amantes,
na voragem de seus corpos entrelaçados,
no sentimento da busca e da entrega total.

E assim...
alçar voos impossíveis,
buscar na incerteza o caminho certo,
caminhar na chuva até o próximo deserto
e buscar a plenitude,
de um novo amanhecer.



O Amor Maior
(Homenagem às filhas: Cláudia, Vânia e Valéria)

Como um rio que vem da alma
da terra fecunda, berço da vida,
aflora uma lágrima, transborda no peito
a emoção maior, nunca antes sentida.

Explode em choro, o coro nascente
o fruto do amor, incenso dourado,
é como se o galho descesse da árvore
e todo o universo ficasse parado.


Respinga ansiedade, dissolve a certeza,
ante o milagre que se faz criatura,
trazendo no mel que lhe corre nas veias
os mais belos sonhos de uma mãe insegura.


Aquela que tenta, que ri e que chora,
que canta cantigas, faz ninho de flores,
é a mesma que erra, acerta, em amor transborda
e agradece aos céus por serem dela as dores.




O Jardineiro


Por todo o tempo esteve ali aquele jardim.
Como tantos, presença melancólica,
impessoal...
Grama aparada, sempre verde,
algumas touceiras de gerânios e taguetes
indiferentes ao fluir das estações...
Flores minguadas e reticentes
teimando em esconder-se de olhos curiosos
e do buliço das crianças.
Até a sequóia, majestosa senhora das alturas,
mantinha-se contida em sua posição
de espera.
Mas um dia chegou o jardineiro
e olhou aquele jardim de perto.
Cuidou de cada planta como se fosse única,
regou-as como só amam os poetas...
E assim, numa linguagem só deles,
o milagre se fez flor:
a quaresmeira tingiu-se de roxo
e as açucenas, há tanto adormecidas,
romperam seus torrões vincados
e bailaram ao sabor do vento.
Sem falar do jasmineiro...
Há! esse transgrediu os limites da modéstia.
Há quem tenha notado a diferença,
(suponho)
e os outros seguirão seu caminho,
alheios aos apelos da cor, do perfume
e do brilho
que só os pássaros conseguirão captar.


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Imagens: Google Imagens